Embora as mulheres representem metade de todos os formandos em escolas de cinema, o Oscar de melhor diretor indicou apenas nove mulheres na história da premiação, com apenas três mulheres conquistando a honraria: Kathryn Bigelow por "Guerra ao Terror", Chloé Zhao por "Nomadland" e Jane Campion por "Ataque dos Cães".
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| Nia da Costa/Diretora |
Felizmente, as mulheres têm estado na frente e atrás das câmeras em alguns dos títulos mais comentados ultimamente, entre eles "Barbie", de Greta Gerwig, "Past Lives", de Celine Song, e "Anatomy of a Fall", de Justine Triet. "Frozen 2", de Jennifer Lee (codirigido com Chris Buck), é o filme de maior bilheteria dirigido por uma mulher, com "Barbie", "Capitã Marvel", de Anna Boden (codirigido com Ryan Fleck), e "Mulher-Maravilha", de Patty Jenkins, não muito atrás.
Abaixo, AngoCinema reuniu uma lista das melhores diretoras de cinema que você precisa conhecer: uma irmandade de pioneiras, premiadas, nomes conhecidos e queridinhas do cinema independente. Todas são mulheres, mas nenhuma é apenas uma "diretora". A cada "Ação!" que gritam, ficamos um passo mais perto de aposentar listas como esta.
Desirée Akhavan
Filha de imigrantes iranianos, Akhavan ganhou risos e elogios pela primeira vez com "The Slope", uma websérie na qual ela e a cocriadora Ingrid Jungermann interpretaram um casal de lésbicas no Brooklyn. "Appropriate Behavior", sua estreia na direção de longas-metragens, foi indicado ao Film Independent Spirit Award e ao Gotham Award. Ela dirigiu "The Miseducation of Cameron Post", que ganhou o Grande Prêmio do Júri de Sundance e uma seleção do Festival de Cinema de Tribeca, e nos últimos anos emprestou seu olhar aguçado a vários projetos de TV, incluindo "Tiny Beautiful Things", "I Love That for You", "Hacks" e "The Bisexual".
Jane Campion
Uma das três únicas mulheres a ganhar a Palma de Ouro no Festival de Cinema de Cannes (ao lado de Julia Ducournau e Justine Triet), Jane Campion também foi a segunda mulher a receber uma indicação ao Oscar de melhor direção, e a primeira a receber múltiplas indicações. As indicações vieram por "Ataque dos Cães(Versão Brasileira) ou "O Poder do Cão" (Versão de Angola), pelo qual ela levou para casa a premiada estatueta, e "O Piano". Sua obra também inclui o filme biográfico de John Keats "Brilho de uma paixão", a adaptação de Henry James "O Retrato de uma Mulher" (que recebeu duas indicações ao Oscar), "Holy Smoke!" e a série vencedora do Emmy "Top of the Lake".
Sofia Coppola
Ainda criança, Sofia Coppola estreou como atriz em nada menos que "O Poderoso Chefão", a obra-prima de seu pai, Francis Ford Coppola, vencedora do Oscar de melhor filme. Em 1999, estreou como diretora de longa-metragem com "As Virgens Suicidas". Seu segundo trabalho, "Encontros e Desencontros" ou Lost in Translation - O Amor É um Lugar Estranho (Versão de Angola) recebeu quatro indicações ao Oscar, tornando-a a terceira mulher a ser indicada na categoria de melhor diretora. Embora tenha perdido o prêmio, ela ganhou o de melhor roteiro original e fez história novamente com "O Estranho que Nós Amamos", que a tornou a primeira mulher em 56 anos a ganhar o prêmio de melhor diretora em Cannes. Sua colaboração subsequente com Bill Murray, "On the Rocks", foi aclamada como uma obra-prima da crítica, assim como o filme biográfico de Priscilla Presley, "Priscilla".
Ava DuVernay
Ava DuVernay é famosa por não ter pegado em uma câmera até os 32 anos, encontrando seu primeiro sucesso em Hollywood como fundadora de uma empresa de relações públicas. Em 2014, ela dirigiu seu primeiro filme vencedor do Oscar, "Selma", indicado ao Oscar de melhor filme. Seu documentário, "13th", investigou o racismo sistêmico no sistema prisional dos EUA e lhe rendeu uma indicação ao Oscar de melhor documentário. Com "Uma Viagem no Tempo/Uma Dobra no Tempo", da Disney, DuVernay se tornou a primeira mulher negra a dirigir um filme live-action de mais de US$ 100 milhões. Seu sucesso da Netflix, vencedor do Emmy no Central Park 5, "Olhos que Condenam", é considerado um padrão ouro de minissérie de TV, e ela continuou a impressionar com "Origin", uma adaptação ambiciosa de "Caste: The Origins of Our Discontents", de Isabel Wilkerson.
Nora Ephron
A jornalista de longa data e escritora renomada Nora Ephron seguiu os passos dos pais na carreira de roteirista, começando com dois projetos para a estrela Meryl Streep e o diretor Mike Nichols. O primeiro, "Silkwood", rendeu a Ephron sua primeira indicação ao Oscar, além de mais quatro para seus colaboradores, enquanto "Heartburn" foi a adaptação de Ephron de seu próprio romance best-seller. Além de escrever "Harry e Sally: Feitos um para o Outro", ela dirigiu sete de seus roteiros, incluindo dois filmes para Tom Hanks ("Sintonia de Amor", "Mensagem para Você"), além de longas-metragens para John Travolta ("Michael"), Steve Martin ("Mixed Nuts") e Streep ("Julie & Julia"). No ano seguinte à morte de Ephron por complicações de leucemia, ela recebeu uma indicação ao Tony em 2013 por escrever "Lucky Guy", a peça que levou Hanks à Broadway pela primeira vez.
Esmeralda Fennell
A estreia de Emerald Fennell na direção, o thriller feminista subversivo "Promising Young Woman", recebeu cinco indicações ao Oscar e uma vitória de melhor roteiro original. Com "Saltburn", uma comédia negra psicossexual incendiária e com consciência de classe, Fennell consolidou sua posição como uma das mais empolgantes criadoras da magia cinematográfica. E como se seus elogios como diretora não bastassem, Fennell também foi indicada a vários Emmys por seu trabalho dentro e fora das câmeras, por "The Crown" e "Killing Eve", respectivamente, e até teve uma breve, porém hilária, participação como Midge, perpetuamente grávida, em "Barbie".
Greta Gerwig
Falando em "Barbie", Greta Gerwig tem 10/10 quando se trata de seu trabalho como diretora solo. Seu filme fantástico sobre a boneca fashion que ganhou vida a tornou a primeira diretora mulher com um filme bilionário. Repleto de tudo, desde acessórios fabulosos até a luta contra o patriarcado e uma crise existencial completa, o filme se tornou um fenômeno cultural. Gerwig recebeu uma indicação de melhor roteiro adaptado e o filme recebeu oito indicações no total para o Oscar de 2024. Sua adaptação autorreflexiva de "Adoráveis Mulheres", de Louisa May Alcott, recebeu seis indicações ao Oscar e uma vitória; e sua estreia solo como diretora, o filme de amadurecimento "Lady Bird", recebeu cinco indicações.
Nancy Meyers
A rainha das comédias românticas Nancy Meyers recebeu uma indicação ao Oscar por seu primeiro roteiro, "Soldado Benjamin", que ela coescreveu com seu então marido, Charles Shyer, e Harvey Miller. O casal colaborou até muito depois do divórcio em projetos como os filmes "O Pai da Noiva", "Eu Amo Encrenca" e a versão de Lindsay Lohan de "Operação Cupido", a primeira vez de Meyer na cadeira de diretora. Ela então dirigiu uma série de comédias românticas nostálgicas, incluindo "Do Que as Mulheres Gostam", "Alguém Tem Que Ceder", "O Amor Não Tira Férias", "Simplesmente Complicado" e "Um Estagiário".
Gina Prince-Bythewood
O grande sucesso da carreira de Gina Prince-Bythewood veio com o adorado clássico cult "Love & Basketball", produzido por Spike Lee. Desde que ganhou um Spirit Award por esse roteiro, ela dirigiu outros filmes de grande sucesso, incluindo "A Vida Secreta das Abelhas", "Além dos limites", "The Old Guard" e o premiado filme de ação épico e histórico "The Woman King" com a Viola Davis.
Agnès Varda
A falecida pioneira da Nouvelle Vague francesa, Agnès Varda, recebeu sua primeira indicação ao Oscar poucos meses depois de Angelina Jolie lhe entregar a estatueta honorária da Academia no Governors Awards. A prolífica e multifacetada atriz começou a dirigir em meados dos anos 50 com "La Pointe Courte", ao qual a belga de origem seguiu com referências feministas como "Cléo das 5 às 7" e "Vagabond". Por quase três décadas, ela foi casada com o também cineasta Jacques Demy, narrando sua morte por complicações da AIDS em sua obra dramática "Jacquot de Nantes". Ela também codirigiu o documentário "Faces Places", que recebeu uma indicação ao Oscar de melhor documentário e fez de Varda a pessoa mais velha a receber uma indicação competitiva.
Lana e Lilly Wachowski
Mais conhecidas pela franquia cyberpunk e revolucionária "Matrix", Lana e Lilly Wachowski também trabalharam juntas em projetos como "V de Vingança", "Cloud Atlas" e o indicado ao Emmy "Sense8". Em 2012, Lana recebeu o Prêmio de Visibilidade da Campanha pelos Direitos Humanos após ser a primeira diretora de Hollywood de renome a se declarar transgênero, e em 2016, Lilly também se declarou uma mulher transgênero. Nos últimos anos, elas se dedicaram a projetos solo: a série de TV "Work in Progress", para Lilly, e o quarto filme da série "Matrix", "Matrix Resurrections", para Lana.
Chloe Zhao
Chloé Zhao conquistou reconhecimento internacional com "Nomadland", uma representação sinuosa e comovente de ser um marginalizado. O filme recebeu seis indicações ao Oscar e venceu os prêmios de melhor filme e melhor diretor, tornando Zhao a segunda mulher e a primeira asiática a ganhar o prestigiado prêmio de melhor diretora.
Seus outros projetos incluem "Eternos", do Universo Cinematográfico Marvel, e os aclamados pela crítica "Songs My Brothers Taught Me" e "The Rider".













