Crítica | A Chegada (2016) - um filme que cativa com sua abordagem diferenciada

Proeminente Eduardo
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O filme A Chegada, dirigido por Denis Villeneuve, é uma obra-prima da ficção científica que foge dos clichês do gênero ao apostar em uma abordagem mais reflexiva e emocional sobre o primeiro contato da humanidade com seres extraterrestres.


O Contacto filme Denis Villeneuve


Com uma narrativa envolvente e uma atmosfera carregada de mistério, o longa proporciona uma experiência única para os fãs de ficção científica.


9.2/10


A direção de Arrival é um dos seus maiores trunfos. Denis Villeneuve conduz a história com maestria, criando um clima de suspense e mistério que prende o espectador do início ao fim. A forma como o diretor constrói a atmosfera tensa e enigmática em torno dos alienígenas é digna de elogios, explorando cada cena com um ritmo cuidadoso que mantém o interesse e a tensão sempre em alta.


O elenco se destaca, especialmente Amy Adams no papel da linguista Dra. Louise Banks. Sua atuação é poderosa e cheia de nuances, transmitindo toda a carga emocional da personagem, que precisa equilibrar sua missão de entender os visitantes e os conflitos internos de sua própria vida. Jeremy Renner também entrega um desempenho sólido, complementando a narrativa sem ofuscar o brilho da protagonista.


O roteiro de Arrival é instigante e desafia o espectador a refletir sobre temas como comunicação, tempo e o impacto das escolhas. Baseado no conto Story of Your Life de Ted Chiang, o filme tem uma abordagem única sobre o contato com seres extraterrestres, apostando mais na linguagem e na comunicação do que na ação. No entanto, um dos pontos que pode gerar controvérsias é o final, que deixa algumas perguntas em aberto, especialmente sobre o real propósito dos alienígenas na Terra. A falta de respostas claras pode frustrar parte do público, embora outros possam interpretar isso como um convite à reflexão.


Denis Villeneuve demonstra, mais uma vez, seu talento para criar uma ambientação intensa e hipnotizante. Arrival é um espetáculo visual, com fotografia impecável e uma estética sombria e melancólica que reforça o tom enigmático da história. O design das naves alienígenas e a forma como os ETs são representados são pontos altos, fugindo do convencional e apostando em um visual minimalista e intrigante.


A trilha sonora, composta por Jóhann Jóhannsson, é outro ponto forte do filme. Sua atmosfera etérea e por vezes inquietante complementa perfeitamente a narrativa, aumentando a carga emocional e a sensação de mistério. Destaque para a música "On the Nature of Daylight", que se encaixa de forma poderosa e emocionante no desenrolar dos eventos.


Apesar de ser um filme impressionante, Arrival não é isento de falhas. O principal ponto questionável é a falta de uma explicação clara sobre a verdadeira intenção dos alienígenas na Terra. Embora existam indícios e suposições, o desfecho pode parecer enigmático e confuso para alguns espectadores. A proposta do filme de brincar com o tempo e a linguagem é intrigante, mas pode deixar a sensação de que algumas pontas soltas ficaram sem amarração.


Arrival é um filme que cativa com sua abordagem diferenciada, explorando o impacto da comunicação entre espécies e a complexidade do tempo. Com atuações marcantes, especialmente de Amy Adams, e uma direção envolvente de Denis Villeneuve, a produção se destaca no gênero de ficção científica. No entanto, a falta de explicação mais clara sobre a real motivação dos alienígenas pode deixar algumas dúvidas no espectador. Ainda assim, é um filme instigante e altamente recomendável.

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