Lançado em 2021 e dirigido por Denis Villeneuve, Duna é uma verdadeira obra-prima do cinema de ficção científica.
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Créditos: Warner Bros. Pictures |
Baseado no icônico romance de Frank Herbert, o filme nos transporta para um futuro distante, onde reinos intergalácticos disputam o controle da especiaria mais valiosa do universo, a Melange. Com uma narrativa densa e visualmente deslumbrante, a produção entrega uma experiência cinematográfica única.
8.8/10
Denis Villeneuve já provou ser um mestre do gênero, e em Duna ele eleva ainda mais seu padrão. Seu cuidado com a construção do universo de Arrakis, desde os grandiosos cenários desérticos até os detalhes minuciosos dos trajes e naves espaciais, é simplesmente impressionante. A atmosfera de mistério e grandeza é mantida com maestria ao longo de toda a projeção, permitindo que o público mergulhe completamente no épico de Paul Atreides.
A história de Duna é densa e complexa, e felizmente, Villeneuve consegue traduzi-la para o cinema de forma fiel e envolvente. Sem perder a essência do material original, o roteiro foca na jornada de Paul Atreides (Timothée Chalamet), herdeiro de uma casa nobre que se vê preso em uma teia de intrigas políticas e lutas pelo controle do planeta desértico Arrakis. Apesar do desenvolvimento cuidadoso e da imersão na cultura e nos conflitos do universo de Duna, o ritmo do filme pode parecer lento para quem espera uma experiência mais acelerada e repleta de ação.
O elenco de Duna entrega atuações impressionantes, liderado por Timothée Chalamet, que se apropria com maestria do papel de Paul Atreides, transmitindo suas angústias e crescimento ao longo do filme. Rebecca Ferguson brilha como Lady Jessica, trazendo intensidade e profundidade emocional à personagem. Oscar Isaac, Josh Brolin e Javier Bardem entregam performances sólidas, enquanto Stellan Skarsgård se destaca como o temível e calculista Barão Harkonnen.
Se há um ponto em que Duna realmente se sobressai, é em sua cinematografia e trilha sonora. Os visuais grandiosos das vastas dunas de Arrakis, combinados com efeitos especiais de tirar o fôlego, criam um espetáculo visual que só poderia ser plenamente apreciado na tela grande. Cada cena é meticulosamente composta, com uma fotografia que enfatiza a imensidão e a opressão do ambiente desértico.
Além disso, a trilha sonora assinada por Hans Zimmer é um dos maiores trunfos do filme. O uso de percussão intensa e sons etéreos aumenta a imersão e reforça a atmosfera épica e misteriosa da trama.
Se há um ponto que pode ser visto como um desafio para alguns espectadores, é o ritmo do filme. Duna se desenrola de maneira contemplativa, focando no desenvolvimento dos personagens e na complexidade política do universo criado por Frank Herbert. Além disso, o longa contém poucas cenas de ação em comparação com outras produções de ficção científica mais convencionais, o que pode afastar parte do público que espera uma narrativa mais dinâmica.
Apesar do ritmo pausado e da falta de sequências explosivas de ação, Duna se estabelece como uma das melhores adaptações literárias do cinema moderno. Com uma direção brilhante de Denis Villeneuve, atuações convincentes, uma trilha sonora magistral de Hans Zimmer e uma fotografia de tirar o fôlego, o filme nos presenteia com uma experiência sensorial única e imersiva. Mesmo com um desenvolvimento um pouco lento, cada cena contribui para a construção de um mundo rico e cativante.