Crítica | Sicario (2015) – A Guerra contra o frime em seu lado mais sombrio

Proeminente Eduardo
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O cinema de ação e suspense policial ganhou uma verdadeira joia em 2015 com Sicario, dirigido pelo brilhante Denis Villeneuve.


Avaliação do filme Denis Villeneuve


O filme, que mergulha de forma crua e realista na guerra contra o narcotráfico na fronteira entre os Estados Unidos e o México, entrega uma experiência cinematográfica intensa e visceral, sustentada por uma direção magistral, um roteiro afiado e atuações de tirar o fôlego.


10/10


Denis Villeneuve prova, mais uma vez, por que é um dos diretores mais talentosos da atualidade. Seu estilo inconfundível dá a Sicario uma atmosfera tensa e opressora do início ao fim. As cenas de ação são de um realismo brutal, com uma cinematografia impecável assinada pelo lendário Roger Deakins, que capta com maestria os cenários áridos da fronteira entre os Estados Unidos e o México. A direção segura e detalhista de Villeneuve transforma cada sequência em um espetáculo visual, onde cada enquadramento contribui para a construção da tensão.


O roteiro de Taylor Sheridan é um dos pontos altos do filme. Ele nos coloca dentro de uma narrativa tensa e implacável, explorando a moralidade dúbia da guerra contra as drogas. A perspectiva da protagonista, Kate Macer (Emily Blunt), é fundamental para que o público compreenda a complexidade da operação liderada por Matt Graver (Josh Brolin) e Alejandro Gillick (Benicio del Toro). A abordagem crua, somada ao ritmo meticuloso e aos diálogos impactantes, transforma Sicario em um thriller psicológico de primeira linha, fazendo com que cada cena se desenrole com um peso emocional marcante.


O elenco de Sicario entrega performances memoráveis. Emily Blunt, no papel da agente idealista Kate Macer, transmite com perfeição a vulnerabilidade e a força de sua personagem, que se vê perdida em meio a um jogo muito maior e mais brutal do que esperava. Josh Brolin, como o impiedoso e enigmático Matt Graver, encaixa-se perfeitamente no papel, adicionando camadas ao típico agente de operações especiais.


No entanto, a atuação mais impressionante fica por conta de Benicio del Toro, que interpreta Alejandro Gillick com um misto de frieza, dor e vingança silenciosa. Sua presença magnética e sua performance intensa tornam algumas de suas cenas, como a climática sequência do jantar, em momentos inesquecíveis do cinema moderno.


O roteiro de Taylor Sheridan é um dos pontos altos do filme. A história não perde tempo com explicações desnecessárias e nos joga diretamente em um mundo de tensão e violência, mantendo o espectador em alerta a cada cena. Os diálogos são afiados e a trama é envolvente, explorando temas complexos como moralidade, corrupção e os limites da lei na guerra contra o narcotráfico. Sicario consegue captar o clima de paranoia e caos que rege esse conflito, levando o espectador a questionar os limites da justiça e da vingança.


Se há um momento em Sicario que merece destaque, é a tensa cena do jantar, onde o personagem de Benicio del Toro, Alejandro, finalmente confronta seu alvo, o chefe do cartel. A direção de Villeneuve brilha ao construir uma atmosfera de suspense quase insuportável, culminando em um dos momentos mais intensos do cinema moderno. A atuação de del Toro é simplesmente magistral, transmitindo uma ameaça fria e calculada com um mínimo de palavras, mas com um olhar que diz tudo.


Sicario é um dos melhores filmes de ação e suspense da última década. Com a genialidade visual de Denis Villeneuve, um roteiro intenso e sem concessões, atuações incríveis de Emily Blunt, Josh Brolin e Benicio del Toro, e uma das sequências mais marcantes do cinema recente, o filme se estabelece como uma referência no gênero. Brutal, realista e incrivelmente bem executado, Sicario é uma experiência cinematográfica essencial para qualquer fã de thrillers.

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