Dirigido por Jim Sheridan, Entre Irmãos é um drama psicológico e emocionalmente denso que mergulha nas cicatrizes da guerra, nas complexidades das relações familiares e nos conflitos internos de seus personagens.
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Brothers |
O filme, embora centrado em um triângulo emocional delicado, nunca recorre ao melodrama barato, preferindo explorar a dor e a tensão com uma abordagem madura e comovente.
7.5/10
A direção de Sheridan é magistral, conseguindo captar o impacto silencioso da guerra dentro de um lar e a delicada transformação dos personagens diante de situações extremas. Ele conduz a narrativa com empatia e realismo, evitando exageros e valorizando o silêncio, os olhares e os momentos de crise contida.
O roteiro, baseado no filme dinamarquês Brødre (2004), é bem estruturado e oferece profundidade aos seus personagens. A história avança com naturalidade, criando uma crescente tensão emocional conforme os conflitos internos se intensificam. As questões de culpa, trauma, lealdade e reconciliação são tratadas com inteligência e respeito ao espectador.
O grande destaque do filme é Tobey Maguire, que entrega uma performance impressionante como Sam Cahill. Sua transformação emocional, desde o soldado dedicado ao homem perturbado pelo trauma, é impactante e convincente, um dos pontos altos de sua carreira.
Jake Gyllenhaal tem uma atuação razoável, transmitindo sensibilidade e humanidade ao seu personagem, embora em alguns momentos falte intensidade emocional. Já Natalie Portman, apesar de competente, também apresenta uma atuação razoável, sem grandes picos dramáticos, mas ainda assim funcional para a dinâmica da trama.
Entre Irmãos é um drama poderoso que emociona e provoca reflexão sobre os efeitos invisíveis da guerra e os laços que unem (ou separam) uma família. Com direção sensível, roteiro sólido e atuações marcantes, especialmente de Tobey Maguire, o filme se destaca como uma obra tocante e bem realizada.