Donzela (2024), dirigido por Juan Carlos Fresnadillo e estrelado por Millie Bobby Brown, é um filme de ação, suspense e aventura que tenta subverter contos de fadas tradicionais ao apresentar uma protagonista feminina forte.
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Créditos: Netflix |
No entanto, sua execução tropeça em diversos aspectos, tornando o longa apenas "assistível". Com cenas de ação pouco realistas, um roteiro problemático e atuações fracas, o filme decepciona em sua tentativa de criar uma narrativa envolvente.
3.8/10
Juan Carlos Fresnadillo, conhecido por seu trabalho em Extermínio 2, entrega uma direção que, infelizmente, não se destaca. As cenas de ação parecem mal coreografadas e pouco realistas, tirando o impacto da história. Em um filme de fantasia, espera-se que os elementos visuais sejam marcantes, mas a execução fica aquém do esperado.
O uso de CGI não impressiona, e algumas sequências chegam a parecer forçadas, comprometendo a imersão do público.
A ideia de uma jovem que é enganada e jogada em uma caverna com um dragão tem potencial, mas o roteiro falha ao desenvolver essa premissa de forma convincente. O maior problema é a falta de lógica interna da história. A protagonista, sem qualquer treinamento ou habilidades especiais, consegue derrotar um dragão que antes havia dizimado um grupo de soldados altamente treinados. Essa inconsistência torna o filme difícil de levar a sério, mesmo dentro do gênero de fantasia.
Além disso, o filme carrega uma forte mensagem feminista, destacando a importância da independência feminina e a ideia de que as mulheres são melhores livres do casamento. Embora a proposta seja válida, sua execução parece forçada, tornando-se um ponto de conflito para parte do público.
No entanto, o filme também apresenta uma visão interessante sobre pais e mães cometendo erros, o que adiciona uma camada de complexidade à trama.
Millie Bobby Brown, que já demonstrou talento em Stranger Things e Enola Holmes, entrega uma performance decepcionante. Sua personagem passa boa parte do filme gritando, mesmo em momentos desnecessários, tornando difícil a conexão emocional com a protagonista.
Além disso, os demais atores parecem deslocados em seus papéis, sem o carisma necessário para tornar a história mais envolvente.
Entre os pontos positivos, o filme oferece uma mensagem inspiradora sobre superação e independência, o que pode agradar ao público jovem. Além disso, visualmente, algumas cenas conseguem capturar a magia da fantasia, apesar dos efeitos especiais inconsistentes.
No entanto, os pontos negativos superam os acertos. A história é previsível e ilógica, as atuações não convencem, e o ritmo do filme se torna cansativo em vários momentos. O final, onde o dragão sai da caverna e aparentemente começa a viver com a protagonista, abre espaço para uma possível sequência, mas não gera grande expectativa.
Damsel (2024) não é um desastre completo, mas também está longe de ser memorável. Com uma execução fraca e problemas no roteiro, o filme se torna apenas uma opção para quem busca um entretenimento leve e sem grandes exigências.
Apesar de seus defeitos, pode ser assistido em família, especialmente por ser uma ficção que não se prende à realidade. No final, é um filme esquecível, mas que pode agradar a quem procura uma aventura simples e descompromissada.